As hipersensibilidades alimentares e a doença celíaca vêm se tornando um problema em todo o mundo e estão associadas a um impacto negativo na qualidade de vida. Aqui na Nutri & Chef, temos como princípio orientar nosso público e propor diversas alternativas e modificações em preparações com o objetivo de melhorar a qualidade de vida e nutricional desses indivíduos. Na busca por trazer informações de qualidade para toda a nossa comunidade, esse post irá lhe ajudar a entender melhor sobre essas duas condições que atrapalham o dia a dia de muitas pessoas.

Entenda um pouco mais sobre a Doença Celíaca e a Hipersensibilidade ao Glúten.
VOCÊ SABE O QUE É HIPERSENSIBILIDADE ALIMENTAR?
Hipersensibilidade alimentar é um termo usado para se referir a todos os tipos de reações excessivas que um organismo pode desenvolver, contra um certo alimento ou componente dele. Podemos dividir em dois grupos: as alergias alimentares e as intolerâncias alimentares. Hoje abordaremos a hipersensibilidade ao glúten (também chamada de sensibilidade ao glúten não celíaca) cuja manifestação são sintomas intestinais ou extra-intestinais (fora do intestino) e que melhoram, ou mesmo desaparecem, após a exclusão total do glúten da dieta, mesmo em indivíduos com intestino saudável. Alguns dos sintomas intestinais apresentados são constipação, diarreia, distensão e desconforto abdominais. Estima-se que o problema atinge entre 0,5 e 6% da população, em diferentes países, segundo o artigo Doenças relacionadas ao glúten, da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Outro destaque no estudo aponta que a sensibilidade ao glúten não celíaca é mais comum em meninas, adultos jovens e pessoas de meia-idade.
Abaixo traremos explicações sobre a Doença Celíaca para que você entenda a diferença.

ENTENDA UM POUCO MAIS SOBRE A DOENÇA CELÍACA
Os sintomas da sensibilidade ao glúten muitas vezes se confundem com o da doença celíaca, a diferença é que a doença celíaca é uma condição autoimune – quando as próprias células de defesa do corpo atacam tecidos saudáveis, devido a uma reação adversa ao glúten, proteína encontrada em cereais como o trigo, o centeio, a cevada. De origem genética, pode causar diarreia, anemia, perda de peso, osteoporose, câncer, tireoidite e até déficit de crescimento em crianças. O organismo do celíaco não possui uma enzima responsável por quebrar o glúten, dessa forma, como a proteína não é processada adequadamente, o sistema imune reage ao acúmulo e ataca a mucosa do intestino delgado causando lesões e prejudicando o funcionamento do órgão e outras comorbidades.
Em geral, os sintomas manifestam-se nos primeiros anos de vida, com quadros clínicos de diarreia crônica, vômitos, irritabilidade, perda de apetite, emagrecimento, déficit de crescimento, dor e distensão abdominal, diminuição do tecido muscular, atrofia da parede intestinal. No entanto, em alguns pacientes sua manifestação é tardia, com casos registrados de descoberta somente na vida adulta. Os indivíduos acometidos pelo padrão tardio da doença podem apresentar manifestações isoladas como: baixa estatura, anemia por deficiência de ferro, artrite, constipação intestinal, hipoplasia do esmalte dentário, osteoporose e esterilidade.
Comumente podemos ver sinais típicos da doença na boca: queilite angular (infecção causada por fungos), glossite (inflamação na língua), língua despapilada, ulcerações localizadas nos lábios, palato, mucosa ou língua. A vermelhidão e a dor na língua, com atrofia papilar, estão relacionadas às deficiências de vitamina B12, de ácido fólico e de ferro, cujas absorções podem ser afetadas pelos efeitos da doença no intestino delgado.
É importante sempre procurar um profissional competente para um diagnóstico correto, evitando também restrições desnecessárias. Sua investigação diagnóstica é feita, exclusivamente, por meio de exames de sangue e biópsia do intestino delgado. Para a realização da biópsia, o médico especialista solicita inicialmente uma endoscopia digestiva, para que ele consiga observar o estado da mucosa e ver também a situação de inflamação do órgão.
O tratamento da doença celíaca, assim como na hipersensibilidade é basicamente dietético, devendo-se excluir o glúten da dieta, tanto nos indivíduos sintomáticos, quanto assintomáticos.
Conhecendo as dificuldades das pessoas celíacas em encontrar produtos e manter uma dieta isenta em glúten, abaixo segue algumas dicas para auxiliá-lo em suas compras assim como no preparo de receitas que não contenham esta proteína.

IMPORTANTE: Se atente aos rótulos dos alimentos e procure sempre identificar se na embalagem está escrito: “Não contém ou contém glúten” ou "Pode conter traços de trigo, cevada, centeio".
Alimentos que NÃO devem ser consumidos:
Todos aqueles contendo trigo, cevada, malte, aveia e centeio:
Farinhas, biscoitos, bolachas, pão, pão de centeio, bolos, broas, pastéis, tortas, macarrões, raviole, canelone, lasanha, sopas contendo macarrões ou sopa-creme e molhos brancos;
Alguns: molhos de carne, molhos de tomates, mostardas, maioneses, conservas de legumes,
temperos do comércio pois podem conter glúten em sua composição;
Carnes preparadas disponíveis no comércio como: salsichas, almôndegas, presuntos, mortadelas, croquetes, bolos de carnes, hambúrgueres, panquecas;
Leite maltado, ovomaltine, pudins, alguns doces enlatados;
Bebidas alcoólicas à base de malte
Alimentos LIVRES DE GLÚTEN:
Leite de soja, carne bovina, aves, peixe e ovos;
Arroz, milho, soja, feijão, mandioca, batata, grão-de-bico, lentilhas;
Farináceos: são permitidos unicamente as farinhas e derivados procedentes do arroz, soja, milho, mandioca, batata, sorgo, painço, trigo sarraceno, grão de bico, quinoa, amaranto, teff, araruta, aveia livre de glúten e farinha de castanhas e sementes como amêndoa, linhaça, chia etc.
Todas as hortaliças cruas e cozidas;
Frutas;
Macarrões e outros industrializados especiais feitos com farinhas sem glúten
ATENÇÃO: Trigo pode ser relacionado no rótulo como: trigo, farinha, farelo de trigo, gérmen de trigo, amido de trigo, glúten, farinha de trigo integral, farinha enriquecida, farinha de trigo duro, gomas vegetais, amido alimentar modificado, amidos vegetais, xarope de cereal maltado, proteína vegetal hidrolisada, semolina.
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